quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Delator de caso Fifa diz que Globo pagou propina por direito de transmissão.

O empresário Alejandro Burzaco, um dos principais delatores do caso Fifa e responsável pela empresa Torneos, acusou nesta terça-feira a TV Globo por ter pago propina por direitos de transmissão. Além da emissora, Fox Sports, Televisa, Media Pro, Full Play e Traffic também fizeram parte do esquema. As informações foram divulgadas em primeira mão pelo site Buzz Feed News e confirmadas pelo UOL Esporte.
Burzaco, que se entregou em 2015, disse que, por meio de sua empresa de marketing esportivo, subornava autoridades do futebol nas negociações de venda dos direitos de transmissão de competições ligadas à Conmebol, como Copa América, Copa Libertadores e Sul-Americana.
Durante a audiência em Nova York, a citação dos grupos de mídia foi feita depois de o promotor perguntar sobre a parceria entre a Torneos y Competencias e as empresas de comunicação.
“Várias. Fox Sports dos Estados Unidos, Televisa do México, Media Pro da Espanha, TV Globo do Brasil, Full Play da Argentina, Traffic do Brasil, Grupo Clarín da Argentina”, disse antes de ser perguntado se alguma pagou propina. “Todas, menos o Clarín”, completou.
Segundo o delator, Marcelo Campos Pinto, então diretor da parte esportiva da Globo, se reuniu em um restaurante em Buenos Aires com Julio Grondona, na época presidente da AFA, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. No encontro, eles discutiram subornos em relação a Libertadores e torneios sul-americanos. O UOL Esporte tentou entrar em contato com o ex-funcionário da Globo, mas o telefone não atendeu as ligações.
O delator ainda afirma que Ricardo Teixeira, na época presidente da CBF, teria recebido propinas da Torneos no valor de US$ 600 mil por ano pelos direitos da Libertadores e Copa Sul-Americana.
Burzaco ainda afirmou que Teixeira tinha “hábitos muito incomuns e estranhos”. Isso dificultava o pagamento, que seria feito no Oriente Médio, Ásia e Andorra.
As instruções de como seria feito o pagamento para Ricardo Teixeira eram passadas por uma pessoa identificada como Charlie, que trabalhava em uma casa financeira. A transferência precisava ser feita em até 48 horas.
O julgamento sobre a investigação de corrupção na Fifa começou na última segunda-feira (13) nos Estados Unidos e envolve o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.


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