domingo, 19 de março de 2017

Especialistas avaliam os riscos do consumo de carne estragada

O consumo de carnes contaminadas e fora do prazo de validade pode causar infecções gastrointestinais graves, mas dificilmente levará ao desenvolvimento de câncer, segundo especialistas ouvidos pelo “Estado”.

Mesmo que os alimentos tenham recebido aditivos e conservantes em níveis acima do permitido e que essas substâncias favoreçam o aparecimento de tumores, é necessário um período de exposição prolongado a esses agentes para que eles causem danos significativos ao organismo. Segundo a investigação da Polícia Federal, algumas carnes estragadas recebiam ácido ascórbico (vitamina C) para maquiar o aspecto físico deteriorado.

Todas as substâncias que são usadas para conservar o alimento são lesivos paras as nossas células, mas para que elas causem problemas sérios, como câncer, seriam necessários anos ou até décadas de consumo desses produtos”, explica o infectologista Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Mesmo a relação entre alto consumo de ácido ascórbico e o aparecimento de tumores não está bem embasada na literatura científica. “Esses ácidos e vitaminas podem ser prejudiciais se usados em grande quantidade e por muito tempo, mas não há um vínculo forte na ciência que comprove que o uso de vitamina C cause câncer”, diz o oncologista Fernando Cotait Maluf, membro do Comitê Gestor de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e chefe do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital Beneficência Portuguesa.

Segundo os especialistas, o principal risco associado ao consumo dos alimentos deteriorados é o desenvolvimento de infecções gastrointestinais graves causadas por bactérias resistentes. “A maioria das infecções gastrointestinais que vemos no dia a dia são consideradas autolimitadas, ou seja, a pessoa tem um quadro de diarreia, põe as toxinas para fora e fica boa depois de alguns dias. Já as bactérias geralmente presentes em carnes putrefatas podem entrar no intestino e levar a quadros mais graves, com muita diarreia e febre. Há casos em que as bactérias causam lesão no tecido intestinal e é necessário que o paciente passe por cirurgia”, diz Boulos.

Bactéria encontrada em alguns frigoríficos investigados pela Polícia Federal, a salmonella é um dos microrganismos que levam a problemas gastrointestinais graves. “Ela é muito resistente, podendo resistir a temperaturas muito baixas, até mesmo dentro de um freezer”, afirma o médico Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas.

O especialista afirma ainda que crianças e idosos são os pacientes mais vulneráveis a desenvolver formas graves de infecções causadas pelo consumo de carne estragada. “A gravidade do caso vai depender do tipo de bactéria, da quantidade de agentes contaminantes e do sistema imunológico da pessoa afetada As crianças ainda têm o sistema de defesa imaturo, então respondem pior a essas infecções. Os idosos têm imunodeficiência Nos dois casos, os quadros de diarreia podem ser mais graves, levando à desidratação e, em algumas situações, até a morte”, diz o médico.

Fonte: Seridónoar

Um comentário:

Anônimo disse...

Vejam que essas coisas estão acontecendo nos grandes centros do País,onde a fiscalização "deveria"ser eficiente.Imaginem aqui em Ouro Branco,o que agente come de porcaria!Começa pela a grande quantidade de carnes clandestina,que ninguém sabe procedência, a origem,e que entra diariamente nos principais açougues da cidade.Outro dia eu presenciei uma conversa de uma pessoa que é atualmente uma especie de super-secretário da prefeitura.Pois bem,esta pessoa perguntada por outra sobre a quantidade de bois que haviam sido abatidos no matadouro da cidade durante aquela semana.E o super-secretário sem o menor pudor,disse:amigo,até hoje(quinta-feira) só foi abatido um boi no matadouro. Ai eu não me aguentei e perguntei;e o restante da carne que a população consume,vem de onde? E ele na cara de pau disse;uma parte vem de fora(Caicó e Jardim do Seridó) e a "MAIOR" parte vem de abatedouro clandestinos! Agora vcs vejam como a coisa é grave!O povo está comendo carne comprada em determinados açougues de credibilidade local,de animais abatidos na zona rural,que chegam aos açougues muita vezes na calada da noite,sem a menor fiscalização por parte da vigilância sanitária local que é quem "deveria"(!) fazer a inspeção,e eu até aproveito o gancho para perguntar:ainda existe essa coisa aqui em Ouro Branco? Os funcionários eu sei que existem,mas com certeza devem dar expedientes noutros setores!Pelo o abandono das ruas,que tem sujeira por toda parte,agente já vê bem a eficiência do serviço prestado!
Mas voltando ao assunto principal onde eu dizia...tem açougue de credibilidade vendendo carne clandestina! E tem mesmo! E o que é mais grave; eles abatem os animais nas propriedades deles e ainda apresentam documentos da vigilância sanitária de um município vizinho,mas só que muitas vezes esse documento que poderia ser legal,não é,e porquê? Simplesmente porquê trata-se de um documento que já está vencido ou seja,um papel que está sendo repetido por várias e várias vezes.Ninguém se interessa de conferir a data!
Outra coisa.Não é só a população de Ouro Branco que consome carne clandestina não,tem neguinho daqui de Ouro Branco, levando carne para outras cidades,principalmente Natal,nas mesmas condições de higiene e que são vendidas nestas cidades.Portanto o assunto "tb"interessa a Vigilância Sanitária Estadual, que por sua vez "tb! é omissa ou não existe! Mas se vcs acham que a coisa de tão ruim não pode piorar...Arnaldo tá dizendo que pode! Abram bem as UREAS! A câmara fria do matadouro local queimou no dia daquela chuva com muitos trovões e relâmpagos ou vice e versa,e o que isso significa? Bom,significa que,a pouca carne que ficava armazenada na câmara fria por tempo determinado,já era! Resultado...agora tá td liberado...do jeito que a turma gosta! ISSO É OURO BRANCO HOJE!